O Casamento na Roma Antiga tinha o objetivo de gerar alianças políticas e com isso filhos legítimos que iriam concretizar essas ligações. Os hábitos e costumes dos casamentos romanos influenciaram as cerimônias dos ocidentais, como o anel de noivado, o véu de noiva, a união da mão direita e até o costume da noiva no colo.

No início não existia cerimônia em si, bastava apenas que o casal morasse junto para concretizar uma união. Posteriormente apenas cidadãos romanos eram permitidos de casar, desde que estivessem enquadrados nas regras do direito a se casar, da idade e do consentimento dos pais. Os homens normalmente se casavam com 30 anos de idade e as mulheres a partir dos 14 ou 15 anos.

Era realizado um noivado onde se fazia uma celebração com as duas famílias, nesse momento o noivo presenteava a pretendente com um anel de ferro (mais tarde se tornou de ouro) a ser colocado no dedo anular da mão esquerda. Acreditava-se na antiguidade que esse dedo se comunicava ao coração por um nervo. Depois era assinado o contrato nupcial com os termos e o valor do dote, um banquete era feito e o casamento era realizado alguns meses a dois anos depois.

A Importância da Data

Os casamentos deveriam ser realizados em datas favoráveis. O melhor período era a segunda metade do mês de Junho, data que se comemorava o apogeu do mundo. Nem pensar em casar no mês de Maio, pois era celebrado o Lemuria (festa dos mortos), pois acreditava-se que os que o fizessem morreriam em pouco tempo. Também não era convincente casar nos dias festivos, porque os convidados participariam desses eventos e não estariam presentes.  As viúvas escolhiam muitas vezes essas datas para se casarem novamente.

Cerimônia

A noiva fazia uma série de procedimentos. Desfazia-se de seus objetos de infância e pessoais e colocava uma túnica branca. Colocava-se um cinto com um nó especial Cingulum em alusão a Hércules que teve mais de 70 filhos, esse cinto só era retirado pelo esposo após o casamento consumado. Com um ponta de lança o cabelo era dividido em 6 madeixas presas por uma fita de lã. A cabeça era depois coberta com um véu alaranjado, o Flammeum.  Por cima do véu, era colocado uma coroa de manjerona e verbena (na época imperial, começou a se usar a de laranjeiras). Os sapatos da noiva tinham a mesma cor do véu.

A festa, com uma sequência de atos e rituais, ocorria até o anoitecer. Depois disso, era organizado um cortejo para levar a noiva até a casa do marido. Ela era acompanhada por três meninos, dois de mãos dadas ao lado da noiva e o terceiro mais a frente, eles levavam a roca e fuso (símbolos domésticos, já que uma das principais funções da esposa era fazer as roupas da família).

As pessoas que acompanhavam o cortejo iam gritando o nome Thalasse, divindade protetora do casamento. Recitavam versos, alguns picantes e atiravam nozes apanhadas pelas crianças.

O marido ia antes para a residência e a recebia com um ritual de fogo e água. Ele a pegava no colo para que ela não tropeçasse, já que esse acontecimento nesse momento poderia gerar azar ao casal. A noiva entrava no quarto e com a ajuda de uma outra mulher, Pronubia, se despia para o noivo entrar e consumar o casamento. Nisso a festa continuava rolando na casa do marido agora.