Participar de grupos sobre casamento, respirar o assunto durante meses e meses, ouvir opiniões de mil pessoas que muitas vezes vc nem conhece, estimular necessidades que não são suas, tudo isso está incluído no combo dos preparativos do casamento. Os bônus são muitos, vc pega ótimas dicas, se livra de muitas furadas e ainda ganha amizades muitos legais, que pretende levar por toda a vida. Mas tem a parte chata também. Há noivas de todas as realidades financeiras e sociais possíveis nesses grupos e muitas vezes, vc se pega desejando coisas que não cabem no seu bolso ou que simplesmente não são (ou não eram) prioridade pra vc.

Na minha opinião, casamento não é evento. É a união de duas pessoas que se amam perante Deus e suas famílias e amigos. Todo o resto é consequência desse amor, que é a fagulha inspiradora que faz tudo acontecer. Se a festa é maior do que a essência do casamento em si, quando ela acabar, como será?

Vejo noivas, por exemplo, fazendo questão absoluta de atrações em seus casamentos, como mcs, cantores ou bandas famosas, cujos cachês podem chegar facilmente a dois dígitos ou até mais. Nada contra quem tem dinheiro suficiente para investir nesse item e ter um momento especial, mas sinceramente, não acho mesmo fundamental. Os noivos são as atrações principais da festa e na minha opinião, nada deve rivalizar com eles. Tem quem ache que sem as atrações o casamento não será tão animado. Já eu acho que nada substitui o entrosamento dos noivos e animação deles para ter uma festa bombada. Sem contar que muitas vezes, o local onde o casamento será realizado não harmoniza com esse tipo de atração. Difícil imaginar um show de funk numa casa como a Julieta de Serpa ou a Confeitaria Colombo por exemplo, lugares clássicos, que primam pela formalidade e tem um valor histórico e cultural enorme. Pode parecer preconceito e coisa de gente careta, mas na boa, na minha opinião, não combina com o perfil desses locais.

Devemos sempre respeitar nossas opiniões, ainda que o mundo diga que X coisa é melhor, que todas as revistas do segmento te façam acreditar que tal marca tem mais qualidade, ou é mais adequada.  Eu vivencio isso na busca pelo vestido. Ouvi maravilhas de determinas lojas e marcas e, talvez por estar com a expectativa muito alta, me decepcionei um pouco com elas. Não vi essa qualidade tão absurdamente superior que justifica os preços extremamente altos de 7 ou 8 mil um primeiro aluguel, por exemplo. Na boa, um vestido desse preço não pode em hipótese alguma, ter qualquer detalhezinho a se consertar que seja, ele precisa estar completamente impecável, pq se não estiver, é uma afronta ao consumidor. Com exceção de pessoas que se apaixonam por um determinado modelo e sabem que aquele é O SEU vestido, muitas outras são totalmente sugestionadas por marca. Elas se casarão felizes com um pano branco enrolado no corpo, desde que seja da estilista mega master top da parada. Triste, mas é a realidade.

Por isso, eu insisto sempre em como é importante tirarmos nossas próprias conclusões acerca de tudo, o que é bom e válido para uma pessoa, pode não ser para outra. Não há unanimidade em nada. Por mais difícil que seja, não se deixe influenciar cegamente por opiniões alheias. Viva suas próprias experiências com os fornecedores e faça escolhas baseadas naquilo que gosta, independente do que os outros pensem. Já disse essa frase uma vez aqui no blog e repito, pois ela é muito sábia e virou um mantra que entoo  toda vez que me pego sendo influenciada por algo externo: “Toda unanimidade é burra. Quem pensa com a unanimidade não precisa pensar”. (Nelson Rodrigues). E como ninguém aqui é robô, para simplesmente reproduzir comportamentos, sejamos inteligentes em nossas escolhas e satisfaçamos s a nós mesmos, para não termos arrependimentos depois.